Puxadores de assunto

Entrar em fila é realmente um sofrimento. Mesmo que seja para receber dinheiro, existirá um limite de tolerância em que nossa paciência não resistirá. Infelizmente, há casos em que nosso bom humor irá sumir rapidamente: quando damos o azar de ficar próximos de um "puxador de assunto." Ele é um curioso personagem que faz parte do cenário de qualquer fila de espera. É aquele sujeito jovem, aquela senhora idosa ou o aposentado que deseja matar o tempo fazendo discursos intermináveis sobre qualquer coisa. Apesar de vivermos num país que garante a liberdade de expressão a qualquer cidadão, nem sempre nossos ouvidos estão a fim de aturar um puxador de assunto, principalmente quando ele não se toca e resolve passar dos limites do aceitável. Eis alguns abusos que gostam de cometer:

• Falar e rir alto;
• Falar cuspindo;
• Conversar sobre assuntos chatos e sem importância;
• Expressar opiniões preconceituosas;
• Citar estatísticas inexistentes para ganhar credibilidade;
• Ficar "tocando" nas pessoas à sua volta;
• Reclamar da vida;
• Não aceitar, em hipótese alguma, que alguém discorde do que ele diz;
• Organizar uma revolta ou motim para fazer a fila andar;
• Fazer perguntas indiscretas a pessoas que ele não conhece;
• Querer dar uma de intelectual somente lendo orelhas de livros;
• Posar de filósofo com frases pinçadas da Seleções do Readers Digest;
• Contar piadas pesadas e sem graça;
• Revelar detalhes íntimos de sua vida afetiva e familiar;
• Tentar lhe convencer a deixá-lo ser atendido antes de você.

Da próxima vez que você pegar uma fila daquelas emperradas, torça para ficar longe de um típico puxador de assunto. Colocar fones de ouvido e curtir boa música, ou ainda ler um livro, revista, jornal, bula de remédio ou rótulo de inseticida podem ser saídas discretas para fazer o puxador de assunto "alugar" outra pessoa ou, quem sabe, encontrar outro puxador de assunto. Aí o papo vai ser animado...