Abriu os olhos subitamente como quem leva um susto. Olhou para o relógio de parede e quase entra em pânico: 6:30min!!! Deu um salto rápido e num instante estava de pé, meio tonto, mas correndo em direção ao banheiro. Enquanto a água fria escorria sobre sua cabeça, pensava na péssima forma de começar a semana - correndo feito um desesperado para, ainda assim, chegar pela enésima vez pateticamente atrasado ao trabalho. Lembrou que prometera ao chefe que seguiria rigorosamente o horário. Justo naquela manhã isto calhou de acontecer. Não havia mais desculpas amarelas a dar. Seu emprego estaria em risco. E o que dizer do trânsito? Lentidão irritante, buzinas, filas de carros, fumaça preta de ônibus. Desejou que aquilo fosse apenas um sonho ruim. Mas não era - pelos seus cálculos já seria mais de 7 da manhã... Saiu de casa com fome para não perder tempo com o café. Entrou no carro e arrancou rumo ao trabalho. Cara amarrada, expressão de aborrecimento. Já estava ensaiando um resposta atrevida para o primeiro idiota que viesse falar algo sobre seu atraso. Felizmente, o trânsito ajudou naquele dia e ele conseguiu chegar a tempo. Durante o trajeto, olhava fixamente para frente. Sua respiração ao chegar estava ofegante. Quando o portão do estacionamento se abriu, descobriu que estava só. Todas as vagas estavam disponíveis. O que teria acontecido? Um atraso coletivo? Improvável. Dirigiu-se ao porteiro e perguntou por que todos ainda não haviam chegado. A resposta veio rápida. Por que ainda faltava cerca de uma hora para o expediente começar. A visão do relógio marcado seis e meia da manhã era uma maliciosa ilusão de ótica. Depertara do sono, na verdade, às cinco e meia... O que parecia ser 8:05 era 7:05! Pena que ninguém, além do porteiro, testemunhou aquele momento histórico. O que fazer? Rir, chorar, dormir? Talvez tomar uma xícara de café forte e, mais tarde, trocar urgente o relógio analógico do quarto por um digital com números enormes...
16.3.08
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